quinta-feira, 29 de outubro de 2009

quinta-feira; 2:05 PM

De repente, estava na sala, já na 4ª aula, 16h 15min. O pensamento longe, fazendo as coisas mecanicamente, era rotina: pega o fichário debaixo da mesa, põe sobre ela, agora abre, retira uma ou duas folhas, fecha-o, coloca embaixo da mesa. "Somente caneta azul ou preta", ele sempre repetia.

Depois de ter escrito as nove questões, parei, respirei, e me dei conta de que era hora de começar a prova. Prova essa, que envolve o conteúdo do ano todo e que me tomou a manhã inteira de preparo.
Nesse instante pude ouvir todos os barulhos, ruídos, sons, que rondavam a sala, a rua lá fora, o corredor do colégio. O ventilador se manifestava de modo a parecer uma hélice de helicóptero, o calor era intenso, sufocante e o oxigênio ao meu redor parecia formar uma corda em volta do meu pescoço. De novo: parei, respirei. E dessa vez tudo desaparecera, num piscar de olhos. Éramos eu e a prova, somente.
Pouco depois diversas vozes surgiam, pessoas andando, um bombardeio de informações. Quando percebi, estava compactuando.É engraçado falar, mas naquele momento decidi colher qualquer informação que escapasse em um sussurro da Camila. Sem o professor perceber, claro. Ele, aliás, estava lá no fundo da sala, corrigindo provas já entregues. E eu? Colando. Sim, pela primeira vez.

Não foi traumatizante, mas também, não satisfatório. Acabei com um 6,0 anotado ao lado do meu nome na chamada.
- Não me surpreendo: a prova de português é mesmo difícil.
- Não me conformo: afinal estudei bastante... e nada.
- Não me arrependo: poderia ter sido pior.

E viva o pensamento pessimista barroco!

Hoje o dia foi engraçado. Fomos buscar uma calça minha na costureira, e num prédio de uns 5 andares conseguimos nos perder: eu, a Jade e a Leticia.
Decidimos pelo elevador depois de atravessar o centro da cidade em passos rápidos. O destino, a princípio, era o 2º piso. A porta se abriu, o corredor escuro surgiu e a Leticia desapareceu, ali. Simplesmente porque a porta fechou sem que pudéssemos: sair ou puxá-la para dentro. Alguns andares acima: paramos no 9º, para duas mulheres e uma criança, desembarcarem. Voltamos para o 2º: à resgate da Leticia. Descemos juntas no 1º. Descobrindo, depois de já ter deixado o elevador, que a costureira era no térreo.

Tenho medo de elevadores:

1º) Podem me desmembrar! Afinal são cruéis a ponto de fechar-se, sem dar chance de eu decidir se saio ou fico.
2º) Entrar num elevador sozinha com um estranho, pode ser mais perigoso do que ser pega colando... mais, muito mais.

Depois disso tudo ainda passamos na biblioteca e comemos algo antes de voltar, cansadérrimas.


Tenho que contar como foi meu aniversário, mas depois penso nisso. Tá tarde, eu vou dormir. Amanhã é dia de ficar em casa... e depois, e depois e depois também.



Bgbg.

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